terça-feira, 30 de novembro de 2010

Poemetes Araújos - XIII

Não querem ser bons,
mas pós-modernos.
Não querem ser solidários,
preferem dizer amém.
Não querem o sol,
apenas o raio.
Não querem ser velhos,
preferem-se ridículos.
Não querem o tempo,
mas a falsa glória.
Não querem a busca
nem estrelas nem caminho,
nem ritmo nem passo,
querem o muro apenas.
Não querem,
aceitam.
Não choram
nem rasgam o coração,
preferem o sorriso menor.
Há os que nem gostam de ser,
apenas têm.
Também não querem ser utópicos,
mas cínicos.
Há os que têm a boca cheia de dentes,
e o coração embotado.

Querem ser exatamente aquilo que são,
mas, se for o caso,
também preferem
ficar aquém.
O que dá no mesmo.

Nenhum comentário: