Uma caixa recentemente lançada pelo selo Discobertas, do incansável Marcelo Fróes, reúne toda a primeira década de trabalho de Beth (a maior parte dela pela gravadora Tapecar) e ajuda a contar a história dessa transição entre os padrões musicais da época (que Beth exerceu em coletâneas, trilhas de novelas e discos de festivais) e o novo/velho mundo do samba, que a cantora abraçaria em definitivo a partir de seu segundo disco, Canto por um novo dia (1972). Nesse trabalho, Beth gravou a velha (Mano Décio, Nelson Cavaquinho, Darcy da Mangueira e Manuel Santana) e a nova guarda do samba (João Nogueira, Gisa Nogueira, Martinho da Vila e Eduardo Gudin). No disco seguinte, alcançaria sucesso nacional com "1800 colinas", pérola de outro compositor "de morro", Gracia do Salgueiro. Na época, Nara já tinha retornado aos braços da bossa nova e de seus amigos velhos de "MPB", fazendo incursões bissextas pelo samba. Beth, no entanto, entregou a alma para aquela comunidade de poetas, compositores e ritmistas geniais e sofisticadamente simples. Pisou forte no chão e entrou para a eternidade de nossa música.
Abaixo, a gravação de "Se é pecado sambar", de Manoel Santana, que consta no disco Canto por um novo dia, resgatado por Fróes e reeditado na caixa.
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