"Um dos grandes desafios para a esquerda brasileira é compreender a nova configuração do trabalho. (...).
É o que explica o geógrafo Milton Santos, em Por outra globalização: 'Uma boa parcela da humanidade, por desinteresse ou incapacidade, não é mais capaz de obedecer a leis, normas, regras, mandamentos, costumes derivados dessa racionalidade hegemônica. Daí a proliferação de ‘ilegais’, ‘irregulares’, ‘informais’'.
Marginalizada pela dinâmica excludente do sistema financeiro internacional, essa nova “classe” ainda não foi suficientemente esquadrinhada e, tampouco, encarada pela esquerda partidária como segmento social (...)
Marginalizada pela dinâmica excludente do sistema financeiro internacional, essa nova “classe” ainda não foi suficientemente esquadrinhada e, tampouco, encarada pela esquerda partidária como segmento social (...)
Milton Santos sugere algumas possibilidades para esse distanciamento dos partidos de esquerda: '(dentro dos partidos do progresso), são muitos os que (...) se rendem ao oportunismo eleitoreiro, limitando-se às respectivas mobilizações ocasionais, desgarrando-se, assim, do seu papel de formadores não apenas da opinião mas da consciência cívica sem a qual não pode haver neste país política verdadeira'. Em seguida, completa: 'as próprias esquerdas são levadas a dar mais espaço às preocupações eleitorais e menos à pedagogia propriamente política'.
Esse reencontro da esquerda com os trabalhadores é fundamental para que se possa combater, com alguma chance de vitória, as desigualdades sociais que a cada dia fazem novas vítimas".
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