quinta-feira, 2 de abril de 2009

Por ser contra o diploma, sou a favor dele

O STF adiou a decisão sobre a obrigatoriedade do diploma de graduação em jornalismo para o exercício da profissão. Alguns analistas têm misturado as coisas e colocado a discussão sobre o tema no mesmo balaio da discussão sobre a lei de imprensa, uma das últimas heranças do regime militar em vigor no Brasil. Tratam a obrigatoriedade como um "entulho" autoritário que limitaria a liberdade de expressão no País. É, no mínimo, cínico e mal intencionado, tal argumento. 

Agora, é importante repensarmos o papel do diploma em jornalismo em outros termos. Ou em outro patamar já que, em geral, essa discussão tem sido nivelada por baixo. Pode parecer contraditório, mas não é: sou contra o formato atual da obrigatoriedade do diploma, mas também sou contra sua extinção nos termos colocados pelos interessados na questão, em especial os donos de jornais e revistas.

Acabar com o diploma, hoje, é atender os interesses de quem não está interessado em uma sociedade verdadeiramente republicana e democrática. É ir ao encontro dos interesses de quem não quer uma democracia efetivamente madura, plena de direitos à verdade e à privacidade dos cidadãos. No entanto, acredito que um novo formato, baseado em um curso de jornalismo em nível de pós-graduação - e não mais apenas como curso de graduação - possa determinar uma nova rota de exercício da atividade em nosso País. Ainda mais qualificado. Mas isso, por enquanto, até que o STF se manifeste, é uma outra conversa. 

Fico na torcida pela permanência do diploma - para que depois possamos pensar numa alternativa a ele.

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