João Bosco retomou a parceria com Aldir Blanc e está prestes a lançar um disco de inéditas com uma nova safra da dobradinha que escreveu algumas das páginas mais belas da música brasileira dos últimos 40 anos. O CD deverá sair no segundo semestre pelo selo MP,B e também traz uma nova fornada da parceria de Bosco com o filho Francisco e com o sambista Nei Lopes. Caetano Veloso está lançando hoje, oficialmente, seu novo CD, o aguardado Zii e Zie. OK? E o que tem a ver uma coisa com a outra? É que, entre os dois discos, há uma coincidência: a (re)gravação de "Ingenuidade", samba de Serafim Adriano gravado magistralmente por Clementina de Jesus em 1976 e por Roberto Ribeiro em 1979 (sei, sei, sou suspeito para falar...).
A letra, de uma simplicidade e de uma sinceridade tocantes, é uma das minhas preferidas no trabalho do Roberto: "Não / Eu não podia enganar-me assim / Com uma criança qualquer / Que veio ao mundo bem depois de mim / Eu não condeno o que ela fez / Só condeno a mim mesmo / Por ter me enganado outra vez (eu não) // Eu fiz o papel de um garotinho / Quando arranja a primeira namorada / Na ingenuidade, acredita em tudo / Porque do amor não entende nada / Esqueci que um dia machuquei meu coração / E levei muito tempo pra curar (tempo pra curar) / E fui tornar molhar meus olhos / Coisa que eu luto há muito tempo pra enxugar".
Aí eu faço meu desabafo. Há anos escuto esse samba nas boas rodas de samba da vida; mas só agora, anotem, a música vai ganhar o País. Antes tarde...
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