Na música e na biografia de Rolando Boldrin, repousa mais do que aquilo que alguns pesquisadores costumam chamar de "Brasil profundo", mas um efetivo projeto de nação, mais delicada, mais solidária e mais humana. Mais orgulhosa de sua própria grandeza. O Brasil que esse paulista projeta em seus discos e em seus programas de TV, no entanto, tornou-se um País irreal, milhas e milhas afastado do Brasil real, oficial, que optou por se perder de si mesmo, por cretinizar sua alma musical. Violeiro, disco de 1982, é um dos grandes momentos na discografia de Boldrin. Aqui, ele tem a companhia de então remanescentes de duplas caipiras famosas, como Ranchinho, Cascatinha, Corumba e Bentinho. Entre uma e outra dolorida moda de viola, como "Violeiro Triste" e "Chapéu de paia"; Boldrin interpreta algumas jóias do melhor humor caipira, como "Balagulá" e "O sapo no saco", regravada por Pedro Miranda. Em resumo: um belíssimo 3x4 da obra de um artista que construiu, como poucos, um retrato grandioso para o País.
Abaixo, Boldrin acompanhado de outro gigante, Sebastião Tapajós.
Um comentário:
Bela homenagem, Felipe.
A mim Boldrin lembra a infância. quando assistia o Som Brasil, todos os domeingos na companhia da minha avó. "Violeiro" e um outro disco chamado "Empório Brasileiro" tocavam lá em casa ao menos uma vez por semana.
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