quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sem preconceito nem mania de passado


Conheci a música de Joshua Redman através de um de seus discos mais recentes, Back East, lançado pela Nonesuch em 2007. O nome é um contraponto ao clássico Way Out West, de Sonny Rollins, saudado no disco pela intrigante regravação de "I'm an old cowhand". De imediato, impressionou-me a engenhosidade e a alegria dos arranjos e das improvisações de Redman, filho do veterano Dewey Redman e vencedor do prêmio Thelonious Monk de 1991, a partir do qual despontou para os holofotes do mundo do jazz e assumiu uma posição de referência entre os novos jazzistas americanos dos anos 90. Depois de ouvir Back East, tenho corrido atrás de suas gravações. A cada achado, em discos como Momentum (2005) ou Freedom in the groove (1996), renovo meu interesse por seu trabalho, que exala maturidade e frescor num joie de vivre raro entre os jazzistas mais conservadores - e entre conservadores em geral. E mesmo chegando a uma sóbria euforia em alguns momentos, como no registro desse show realizado na Bélgica em 1994 e disponibilizado abaixo. Redman compõe e interpreta um jazz renovado, mas profundamente ciente de suas raízes, que, em vez de lhe tolher, formam a base a partir da qual ele busca ampliar seus horizontes. Um jazz que quer navegar entre os mares prazerosos da música, sem preconceitos nem manias de passado, parafraseando Paulinho da Viola.

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