domingo, 4 de julho de 2010

A arte da transição


"A arte da direção é antes de tudo a arte das transições". A frase é de Gustav Mahler (1860-1911), que personificou como ninguém seu próprio axioma. O maestro e compositor boêmio, cujo sesquicentenário de nascimento se comemora na próxima quarta-feira, teve uma vida em que, para além da regência das orquestras, caminhou sempre no limite entre pólos (ora distintos, ora complementares) de criação e expressão musical. Fosse da regência para a composição (onde o maestro pavimentou o caminho para o sucesso póstumo do compositor), fosse do romantismo do século XIX para o modernismo do século XX (entre os quais tornou-se o principal elo), fosse das cores intimistas e (quase) minimalistas para os humores grandiloquentes traduzidos em movimentos de pianissimos e fortissimos (mudanças que são uma marca notável no desenrolar de suas composições, em especial das sinfonias).
"Sua obra nos coloca em contato com o divino, sem nos fazer esquecer de que somos humanos. Ela nos leva a uma jornada de nascimento, crescimento, sofrimento, redenção e elevação. Sua obra é, portanto, uma experiência de vida!", define o maestro Roberto Minczuk.

P.S. - Na agenda das comemorações dos 150 anos de nascimento de Mahler, fica a expectativa da estreia no Brasil do filme Mahler no divã, de Percy Adlon (o mesmo de Bagdá Café). O filme relata o encontro do compositor com Freud, na Holanda, para discutir a crise conjugal que Mahler atravessava em seu casamento com Alma.


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