sexta-feira, 17 de julho de 2009

Goats head soup: a fuçura de Jagger

Não existe nenhuma banda qualquer; só os Stones. Acho que a frase é de Caetano Veloso e sempre fez muito sentido para mim quando o assunto era a banda britânica. Sim, em minhas remotíssimas memórias musicais, eu consigo recuperar uma época em que discos como Dirty Finger, Goats Head Soup (foto ao lado) e Exile on Main Street quase ganhavam meu toca-CD por usucapião. Eu gostava daquele som cru, chapado, daquela afetação cínica de titia Jagger e da melodias de keith Richards. Aquela melancolia relapsa e aquele enfado fake - que se reproduz até hoje em bandas como Strokes e Artic Monkeys - faziam todo o sentido do mundo, me faziam acreditar numa transcedência mediada pelo rock´n´roll. No caso dos Stones, a promessa de felicidade se transformou em decadência, em auto-indulgência caricata. O que é ótimo porque podemos ouvir um álbum como Goats Head Soup - que, junto com outros discos da melhor fase dos Stones, a virada dos 60 para os 70, ganhou uma reedição remasterizada pela Universal -, como ele efetivamente é: apenas um bom disco. Ou um disco qualquer.

P.S. - Aliás, goats head soup, em bom cearense, é a boa e velha fuçura do sertão


Nenhum comentário: