Moacyr Luz já havia gravado discos fundamentais para a história do samba. Mandingueiro (1998) e Na Galeria (2001), por exemplo, já são referências clássicas do gênero e são dois dos discos de que mais gosto. Mas sempre tive a impressão de que lhe faltava um registro que se pudesse considerar definitivo, aquele clássico instantâneo, aquele disco-celebração que estivesse à altura da importância de Moa para a música brasileira. Bem, não falta mais. Moacyr acaba de lançar o seu Batucando, CD que sai pela Biscoito Fino e onde ele reúne um time da pesada de convidados: Alcione, Beth Carvalho, Ivan Lins, Mart'nália, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Luiz Melodia, Wilson das Neves e Tantinho da Mangueira. Isso sem falar numa constelação de igual talento entre os músicos de acompanhamento: Eduardo Neves, Mauro Diniz, Esguleba, Beto Cazes, Carlinhos e Paulão 7 Cordas, Cristóvão Bastos, entre outros.
Num disco-celebração como esse, o repertório seria todo formado por regravações, certo? Errado. Naquele que já pode ser considerado o melhor disco de sua carreira, Moacyr reuniu seu convidados para cantar sambas inéditos e, com isso, não caiu no pecado da mesmice que costuma contaminar o trabalho de certos artistas a partir de determinado momento da carreira. Batucada é um discão de lavar a alma, daqueles de ficar na "vitrola" o mês inteiro.
Abaixo, tem uma das faixas, "Delírio da baixa gastonomia".
Um comentário:
Escutei o disco. Primoroso! O melhor CD entre os tantos bons discos de Moacyr.
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