sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Milton: Travessia

Em 1967, Milton Nascimento conseguiu realizar o sonho de gravar com o Tamba Trio - na época, já Tamba Quatro. Depois do sucesso da música “Travessia” (parceria com Fernando Brant) no Festival Internacional da Canção, Milton foi convidado para gravar seu primeiro LP e exigiu a presença de Luiz Eça na elaboração dos arranjos; e de seus escudeiros no Tamba (Ohana na bateria, Dório no baixo e Bebeto na flauta), no acompanhamento. O encontro foi viabilizado e originou o disco Milton Nascimento (capa acima), que lhe consagrou nacionalmente e começou a inscrever uma nova geração de músicos mineiros no mapa da música brasileira. No comando dos arranjos e da orquestração, Eça adaptou os arranjos originais de Eumir Deodato para “Travessia” e “Morro Velho”, com os quais Milton havia defendido as músicas no festival. O resultado é uma atmosfera de leveza e criatividade que ainda hoje soa moderna, serenamente provocante. 
“Sem apresentar rupturas com as conquistas da bossa nova, exibindo especialmente uma continuidade em relação ao samba-jazz carioca, Milton sugeriu uma fusão que - partindo de premissas muito outras e de uma premissa brasileira - confluía com a fusion inaugurada por Miles Davis. Essa fusão brasileira desconcertou e apaixonou os próprios seguidores da fusion americana”, derrama-se Caetano Veloso em elogio registrado no encarte da edição do disco em CD, editado pela Dubas em 2002 com o título de Travessia.
Abaixo, a faixa "Gira Girou", cujo arranjo de Eça é um dos melhores momentos do disco. 

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