Em vez do "segredo do meu sucesso", do "como se tornar um líder" e outras platitudes de espírito, o leitor vai encontrar dicas bem mais produtivas. Coisas do gênero "Como procurar trezentos espetos de picanha desaparecidos" (Cíntia Moscovich), "Como a classe média deve tratar os ricos no Brasil" (Antonia Pellegrino), "Livros de auto-ajuda: como largar este vício" (André Laurentino), "Como maximizar o uso do músculo lingual" (Jorge Pieiro), "Como não escrever um bilhete de suicida" (Xico Sá) e assim por diante. Mas bem adiante mesmo. Em "Como ser feliz sem chegar ao topo", Marcelo Carneiro da Cunha dá preciosas dicas para os milhares de homens e mulheres do nosso tempo que "sofrem com a demanda injusta e sem sentido de atingir um objetivo qualquer".
Há também a revolucionária (mas perfeitamente factível) cartilha sobre "Como fazer sexo (seguro) na fila do banco", de Luiz Paulo Faccioli; e o produtivo manual sobre "Como escrever um cartão-postal", de José Roberto Torero, que recomenda uma missiva com péssimas recomendações sobre os destinos da viagem do que um pequeno libelo-exaltação dos locais por onde o viajante passa.
Em resumo, à literatura de auto-ajuda - como indica Andréa Del Fuego, autora de "Como ganhar um Jabuti" (imprescindível, aliás, para aqueles que acabaram de levar o prêmio homônimo pra casa) -, prefira sempre a alta-ajuda. Ou, pelo menos, a auto-literatura.
5 comentários:
Ei, Felipe, é uma boa dica de leitura para quem está a domesticar o pensamento estudando pra concurso. :D Acho que depois da prova, vou me des-domesticar com esse livro. :D
Felipão, muito massa a dica. Vou atrás desse livro.
Na mesma pegada, sugiro Banalogias, de Francisco Bosco. Disponível para empréstimos.
Cara Margot,
O Banalogias já passou por essas mal traçadas. Espia depois. É, de fato, uma grande livro. Sou um grande entusiasta dos escritos do Francisco Bosco.
Abração!
Cara Cris,
Desdomestiquemo-nos todos!
Abração
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