terça-feira, 22 de julho de 2014
Os espinhos de Gaza (Poemetes Araújos - XXVII)
Em Gaza, as crianças,
mudas, telepáticas,
estão gritando de dor.
As meninas, cegas,
estão suplicando
aos nosso olhos:
o horror.
Os palestinos sentem
o vômito,
a delinquência,
a cirrose,
sentem o peso
da mesma mão
invisível
que outrora ergueu
rosas radioativas
sobre outros povos.
Essa mão
estúpida
agora
ajuda a despejar
espinhos de liberdade,
milhares, milhões de
espinhos de uma
tirânica liberdade,
sobre inocentes,
esperando decerto
o momento inexato para
se servir de novas
antirrosas atômicas.
Em Gaza, desde a época
da Rosa de Hiroshima,
todo um povo está tendo
sua rota alterada.
Rumo ao extermínio.
Em lenta agonia,
numa suíte anti-musical
regida pela mentira.
Enfim, pensem.
E esqueçam essa poesia.
Não é possível a poesia.
Não é possível Vinícius.
Ninguém dormirá hoje.
Não é possível dormir em Gaza.
Nem fora dela.
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