Para mirar o futuro, artistas consagrados estão olhando para o passado. A tendência já se consolidou na Europa e nos Estados Unidos e vem ganhando força no Brasil: medalhões revisitam suas discografias e montam shows apresentando a íntegra de LPs clássicos. Lou Reed, Rush, Megadeth, Stooges e Roger Waters são alguns nomes que já montaram turnês promovendo esse reencontro entre criador e criatura. O grupo norte-americano Melvins chega a tocar não um, mas até cinco LPs na íntegra em um único show. No Brasil, o formato já fez a cabeça de gente como Jorge Benjor, Egberto Gismonti, Edu Lobo, Luiz Melodia, Alceu Valença, entre outros.

Em abril, foi a vez de Edu Lobo apresentar a íntegra do repertório do disco O grande circo místico (1983) – inspirado no poema de Jorge de Lima e considerado por Aldir Blanc como o LP mais bonito do século - no Instituto Moreira Salles. O show faz parte da série criada pelo instituto para homenagear grandes discos da música brasileira. Wilsn Moreira e Nei Lopes, revivendo o antológico A Arte Negra de... (1980); e Monarco, que revisitou seu primeiro disco solo, lançado em 1976, foram outros que participaram do projeto do IMS.

Em abril, também no projeto do SESC, Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos, tocaram o monumental Dança das Cabeças (1977) – disco de sonoridade tão rica que ganhou prêmio de melhor LP experimental na Alemanha e de melhor LP pop na Inglaterra -; e em maio, Edvaldo Santana reapresentou seu Lobo Solitário (1993). Em junho, será a vez dos Paralamas, que revisitam o ótimo Selvagem (1986).
*Texto publicado na seção Tendências do jornal O POVO (Fortaleza-Ce)
Um comentário:
Felipe
muito boa a matéria mas um reparo: parece que o lobo solitário já saiu em CD e 1993.
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