sábado, 16 de abril de 2011
Cabine: Almas à venda
Cinismo e surrealismo se amparam de forma brilhante nesta curiosa produção dirigida por Sophie Barthes (também roteirista). O ótimo Giamatti interpreta a si mesmo, um ator em crise conjugal e profissional que não suporta mais o fardo das emoções que tem de levar ao palco. Através de um artigo na New Yorker, ele descobre um inusitado serviço de extração e locação de almas. Em meio à desventura particular de não encontrar o tom adequado para seu personagem na versão de Tio Vanya, de Tchekhov, que está prestes a estrear; Giamatti se envolve de forma tragicômica com uma rede russa de traficantes de alma. Nada de tão surreal que você já não tenha visto - inclusive com um roteiro melhor acabado - em Buñuel ou no Gondry de Brilho Eterno... Mas vale pela atuação de Giamatti (como sempre), pelo tempero de cinismo ao melhor estilo Woody Allen que costura muitos dos diálogos e, afinal, pela alegoria bem-humorada em torno da mercantilização da existência.
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