quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Luiz Carlos da Vila

O samba perdeu Luiz Carlos da Vila. Discos-tributo e homenagens póstumas despontarão em breve, como sói acontecer nessas horas. E é bom que venham mesmo. O problema é repisar a velha narrativa do compositor popular de enorme talento que morre em dificuldades e sem o devido reconhecimento à sua obra. Eita Brasilzão!
Todos vão lembrar de "Kizomba, a festa da raça". Muitos vão lembrar de "O show tem que continuar". Mas Luiz Carlos deixa uma obra que vai muito além desses dois sucessos. Nos anos 70, ele foi um dos principais protagonistas do movimento que redesenhou instrumentalmente o samba no Brasil via Cacique de Ramos. Na onda que jogou aquela turma na celebridade (Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, etc), ele foi gravado por Beth Carvalho ("Doce refúgio") e chegou ao primeiro disco em 1983. Um belo registro que trazia "Bandeira da fé", "Solidão e gás" e "O sonho não acabou", uma homenagem a Candeia que, nos anos 90, transbordaria em um CD antológico.
Ao todo, foram oito discos de carreira - sem contar com sua participação em outros projetos como o "Esquina Carioca", que reuniu Moacyr Luz, Beth Carvalho, João Nogueira e Dona Ivone Lara - e dezenas de grandes composições que pavimentaram o caminho de Luiz Carlos ao olimpo do samba.
Abaixo, um vídeo do poeta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mestre Luiz Carlos da Vila. Quanta saudade!

Anônimo disse...

Fosse noutro lugar, era luto nacional, mas aqui nem matéria na Televisão. Grande Luiz Carlos da Vila, grande poeta do samba