quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Baltar, a dama do novo samba

O samba não pára de frutificar grandes cantoras. Mariana Baltar, uma carioca de Copacabana de voz elegante e fina estampa, é mais uma delas. Depois de gravar, em 2005, seu primeiro CD, Uma dama também quer se divertir (Zambodiscos), ela foi indicada ao prêmio Tim de música de 2007 na categoria Revelação. Não levou e dizer que merecia talvez soasse como uma injustiça com seus pares de geração, como Mariana Haydar, Roberta Sá e Luciane Medeiros. Afinal, apesar de longe da mídia (a maioria), as novas cantoras de samba forma um time coeso que tem algumas características em comum, a exemplo do apuro técnico da emissão e da escolha pouco previsível do repertório. No caso particular de Baltar, a voz é de uma leveza e de um vigor muito especiais. No CD, o repertório foge do lugar-comum, seja na seleção ou mesmo nos arranjos, assinados por Evandro Lima, Alfredo Galhões, Paulão 7 Cordas e Eugenio Dale. Escoltada por esses arranjadores, Mariana vai ter com capítulos menos badalados - mas extremamente interessantes - da obra de Assis Valente ("Deixa Comigo"), João Bosco ("Bala com Bala"), Jorge Ben Jor ("Zumbi"), Cartola ("Fita meus olhos") e Billy Blanco ("O piston do Barriquinha"). Vale destacar também a versão - uma das melhores que a música já ganhou - de "Pressentimento", de Hermínio Bello de Carvalho e Elton Medeiros) e a grata surpresa de "Vai com Deus", um dos melhores sambas de Teresa Cristina (ao lado de João Callado) e que tem todo o jeito de um daqueles sambas arrasa-quarteirão da Velha Guarda da Portela.

Abaixo, uma canja da moça.


2 comentários:

David Gouveia disse...

Grande Felipão, que graças a Deus não é do forró imoral, (rs), parabens pelo blog, objetivo, sem poluição visual, com mensagem cultural direta e de fácil concepção. Esta dama do novo samba realmente tem o seu valor ao lado da Teresa Cristina, Roberta Sá, Juliana Diniz e outras. Grande vídeo, linda música, perfeito acompanhamento do Rogerinho do sete cordas. Um abraço meu bom amigo.

Américo Souza disse...

Oh, Feleipe será que essa gata de voz maviosa não topava uma edição do Policarpo Convida? Pôxa, tô cansado de tanto macho...