terça-feira, 31 de julho de 2012

Domingos



Cada domingo em que me despeço dela, perco um pedaço de mim, faltam-me chão e forças para o próximo passo. Vem o baque, vem a tristeza, vem a culpa pelos erros, vem o peso das decisões tomadas e o amargo das opções feitas. Vêm as cinzas da vida. Mas saber que daqui a alguns dias, tornarei a vê-la, renova no peito a esperança, acende na alma a lembrança do calor que só aquele abraço pequenino me traz, o gosto daquele beijo estalado no rosto. Saber que ela vai de novo encher o apartamento de luz e de brincadeiras e de bagunça, que vai desfilar na casa toda com aquele passinho trôpego, que vou sentir de novo seu cheiro, que vou ouvir mais uma sua voz e, principalmente, sua gargalhada inigualável, faz-me seguir adiante. Saber que vou poder escutar seus sonhos novamente - ali no berço, ao lado da minha cama -, faz com que eu consiga dormir. Ontem, ouvi pela primeira vez em alto e bom som: "papaiiiiiiii!". A partir daí, tudo mudou. Não teve coração pra tanta alegria. Não houve boca pra tanto riso, nem corpo pra tanto arrepio. O que transbordou virou lágrima. E também essas palavras. Vamos seguir, filha, que o mundo não é fácil. Mas prometo estar sempre a teu lado, cuidando de ti, olhando por ti. Pra te amparar e, muito mais até, ser amparado por ti. Porque é por você que, como cantaria o poeta, eu volto a dizer sim à vida cada vez que me despeço! Te amo!

Nenhum comentário: