segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O novo velho disco de Gil


Em 1970, recém-chegado ao exílio em Londres, Gil recebeu de Rogério Sganzerla a encomenda para fazer a trilha de seu novo filme, Copacabana Mon Amour, que inauguraria, segundo o diretor, um novo gênero no cinema nacional: a chanchada psicodélica. No elenco, estavam nomes como Helena Ignez, Paulo Vilaça, Lilian Lemmertz, Guará e Otoniel Serra.
Acompanhado do flautista David Linger e de Péricles Cavalcanti, Gil entrou no estúdio londrino IBC em abril daquele ano e, depois de algumas poucas sessões de gravações (onde imperaram o improviso e a intuição do compositor), concluiu a trilha, que foi enviada ao Brasil. A única cópia do material, no entanto, se perdeu e só foi encontrada 28 anos depois, através do garimpo valoroso do produtor Marcelo Fróes, que, na época, editava uma caixa com a discografia de Gil em sua fase Phillips (1967-1974).
Lançado junto com a caixa em 1998, o disco só agora é reeditado de forma avulsa pelo selo Discobertas, do próprio Fróes. São seis faixas, incluindo dois takes da canção "Diga a Ela". Destaque para "Tomorrow vai ser bacana" e a suingadíssima "Mr. Sganzerla" (no link abaixo). Nessas faixas, Gil antecipa a espontaneidade e o minimalismo que marcaria o clima do antológico Ogum Xangô, que gravaria em 1975 com Jorge Ben.



Abaixo, cenas do filme de Sganzerla.

Um comentário:

Leonardo Sá disse...

massa! a informação aqui já é uma atitude. gostei. abraço.