"No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a
criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona
para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele
delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer
nascimentos -
o verbo tem que pegar delírio".
Manoel de Barros, em O livro das ignorãças
Um comentário:
ei, não sei se tu conseguiu ver no twitter, neste endereço encontra Coltrane: http://eggsblaggs.blogspot.com/2010/02/john-download.html
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