Os números da pesquisa de Claudio Salm são consistentes e não se pretende aqui questionar o mérito do trabalho do professor. Mas me soa como "desonestidade" deixar de fora da análise proposta pela coluna alguns números e informações que iluminam melhor o entendimento do País sob esse biombo das PNADs. Entre eles, o fato de que, nos últimos sete anos, o salário mínimo apresentou ganhos reais de 67%; a redução da dívida interna pública sem a venda de patrimônio nacional; e a grande geração de empregos formais, que tirou mais de 21 milhões de pessoas da pobreza no mesmo período.
Em 2009, o "andar de baixo" (pelo menos não o brasileiro) não teve de pagar a fatura dos pilantras de Wall Street por conta do fortalecimento dos bancos públicos brasileiros, da facilitação do crédito por conta da alavancagem do financiamento público e da desoneração de setores fundamentais da economia. Tudo o que FHC não faria. Ou não fez em situações periféricas bem menos drásticas, quando se submeteu às exigências do FMI e "esgarçou nosso tecido social" (para usar uma expressão utilizada por Mercadante em artigo recente no Globo) com o aumento da pobreza e do desemprego.
Em 2002, mais oito anos de FHC - que levou o País três vezes à bancarrota - transformariam o Brasil em pó. Sete anos de Lula reverteram um prognóstico tenebroso e colocaram o País num novo ciclo de desenvolvimento com uma atenção à área social nunca vista em nossa história. Seria "desonestidade" não ressaltar que o Brasil ainda convive com problemas crônicos, mantidos em grande escala pela inércio e pelas trapalhadas do Governo Lula em diversos setores. Mas não seria "desonestidade" maior do que o pretenso nivelamento dos dois últimos governos no que diz respeito à melhora da qualidade de vida dos setores mais pobres de nossa população.
P.S. - A foto reproduzida acima é de um anúncio do instituto Akatu premiado em Cannes.
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