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Arvo Part. Esse estoniano genial! Composições que são também outras arquiteturas: texturas, cores, desvios. E, sobretudo, espaços, muitos espaços - dialogando e se ressignificando. Um moto perpétuo da pausa, que nos faz pensar o próximo gesto, a próxima fala, o próximo passo. Sempre os mesmos e, no entanto, diferentes...
quinta-feira, 29 de maio de 2014
sábado, 3 de maio de 2014
Deserto (poemetes araújos - XXIV)
Foto: Fábio Lima/O POVO |
Fortaleza, esse deserto dos tártaros.
Ficção fora de lugar.
Lugar fora de si.
A não-cidade, fronteira morta:
Ceará.
Latitude irrelevante,
abandonada a humores de
pequenas políticas.
E políticos pequenos.
Eles, sim, reais,
inteiros no busto de
suas rotundas ignorâncias
(no plural, porque é cretinice demais).
Vigilantes e diligentes na
truculência e na
barbárie:
cotidianas.
O que é nosso é apenas
esse projeto de ruína.
Aqui, a regência faz-se verbo.
Dos "reizinhos".
Essa ausência:
de sombras, árvores e leveza
é estratégia,
é crime
de memória remota.
Da época do "sabe com que umbigo você está falando?"
As linhas certas sempre
erram tua escrita torta.
Tristes tópicos, tristes trópicos
urbanos.
Fortaleza.
O tempo aqui
é um corruptor.
Nato.
Tua civilização é inviável.
É sempre natimorta.
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